Fios soltos e sedosos, reunidos em feixes bem trabalhados. Nada frouxo, nada apertado, vai surgindo o penteado. Lançado para um lado, trazido para outro, camadas por cima, tramas vindas sob o todo. Cuidado e um laço arrematam o trabalho. Harmonia respeitosa reflete a beleza do trançado.
Há pouco mais de dois meses surgia o Caw Diálogos, com a pretensão de inovar na construção de um lugar, na amplidão infinita da Web, reservado a debates sobre temas atuais e de antanho, com um olhar jurídico que pudesse se expandir em 360º.
Ainda é cedo para dizer se atingiu sua meta ou afirmar que se arrasta frustrado. O que nos limitamos a falar é sobre o seu vistoso penteado! As ideias são trançadas em diálogos abertos, em fluxo e refluxo de pensamentos levados de um ponto e ressurgidos noutro, entretendo a atenção mesmo de quem não queira porfiar com suas opiniões.
Os dois meses foram concluídos no dia 16 de agosto, último sábado, encerrando uma semana em que a face da internet se pareceu com uma carranca. O falecimento de Robin Williams e Eduardo Campos teve um tratamento desumano em diversas comunidades virtuais. O fenômeno diário e incessante da morte tem, hoje, a concorrência minutaria e infrene das redes sociais, com sua irreverência, bajulação, decadência e especulação. Não vemos apenas desastres nas plataformas de relacionamento, mas na última semana seus deslizes se adiantaram a seus triunfos.
Quando se discutia sobre vida e morte nos diálogos propostos pela matéria “Abortem o Aborto?”, eis que se tornou conhecida a queda do avião que transportava Eduardo Campos e sua comitiva de campanha eleitoral. E no deserto de insensibilidade e comentários aleatórios em que se fez a internet, o Caw Diálogos se portou como um oásis, mesmo havendo tocado no assunto.
Pudemos então contemplar a harmonia respeitosa do trançado!