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Importância da Visão de Longo Prazo
Importância da Visão de Longo Prazo

VISÃO

“A Visão é o tacto do espírito.”Fernando Pessoa

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Uma das maiores capacidades do ser Humano é a capacidade de Visão. Neste caso, o que está verdadeiramente em causa quando se fala em visão é a visão mental.

No fundo trata-se da capacidade de vermos antecipadamente o futuro dentro da nossa cabeça e a forma como visualizamos que este poderá ser.

Esta visão deve englobar todas as áreas da nossa vida. Sendo a nossa Vida subdividida em parcelas diferentes mais pequenas, a nossa visão deve abarcar aparte afectiva, profissional e de saúde e forma física. Graças a essa visão construída sobre os nossos valores e convicções, já podemos ver onde queremos estar com bastante antecedência.

Temos assim o poder de ver o nosso futuro, o que desejaríamos que este fosse. E esta capacidade é verdadeiramente poderosa porque nos permite tomar acção consistente com essa visão. Passamos a viver com as imagens do que pretendemos criar e batemo-nos por isso.

Neste momento já ultrapassámos a fase da indefinição porque já vemos, e o que se vê é concreto. Se desenvolvemos uma visão do nosso futuro então tornámo-nos visionários das nossas vidas, porque o visionário é aquele que possui uma visão. Sem ela deixamos o nosso futuro ao acaso e torna-se mais complicado ficarmos gratos à medida que vamos materializando a nossa visão simplesmente porque nunca vimos que era aquilo que queríamos alcançar.

Ao vermos o nosso futuro somos capazes de ir definindo metas ou checkpointsdo nosso caminho rumo à nossa visão, e isso permite-nos ir ficando gratos ao Universo por os termos alcançado.

A lógica torna-se semelhante à de uma viagem. Se eu planeio ir do ponto A ao ponto C, passo a saber que, não só tenho obrigatoriamente que passar pelo ponto B, como ganho consciência que tenho de passar pelos pontos A1, A2, A3 e assim sucessivamente até B. E o que isso me permite? Permite-me ficar grato por ter atingindo qualquer um dos pontos porque sei que é um passo tão importante como qualquer outro para materializar a minha visão. Se eu, começando no ponto A, não possuísse a visão daquilo que queria alcançar, como poderia saber se, chegando ao ponto A3 já estava bom ou se havia que continuar a prosseguir, e como saberia se a minha visão estava em C em D ou em E? Nunca saberia. Aclareza é uma das pedras chave.

Já foi provado, em inúmeros estudos que se têm efectuado ao longo dos anos, que, ao nível empresarial, a existência de uma visão aumenta exponencialmente as probabilidades do negócio ter êxito. Neste sentido Thomas John Watson (1874-1956), presidente fundador da International Business Machine (IBM), afirmou que umas das razões para o grande sucesso desta famosa empresa foi o facto de saber desde o primeiro dia como desejava que empresa fosse no futuro.

E se isto é verdade para uma empresa é igualmente verdade para a nossa vida toda. Se são as Pessoas que criam e gerem as empresas e se, nesse âmbito, é fundamental que o empresário tenha uma visão de longo prazo do seu negócio, tão fundamental é também ter uma visão para a nossa vida no seu todo. O Cientista Edward Banfield, da Universidade de Harvard chegou à conclusão, após 50 anos de estudos, que a existência de uma Visão de longo prazo se apresenta como um dos factores mais importantes para o sucesso pessoal.

Essa visão conecta a Visão mental, endógena, do nosso futuro com a visão sentido, exógena, de rumo a seguir. Por sua vez a visão exógena, em funcionamento permanente com os restantes quatro sentidos, põe em funcionamento o Sistema de Activação Reticular (SAR).

O que é este sistema? Abordarei este tema num próximo artigo =)

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Os jogos de premonição e as aventuras de adivinhação desfilam nos noticiários quando o ano velho chega ao fim e quando ainda se abrem os primeiros raios solares do ano nascente. Não se enganem: eles não são brincadeira. Tendências, índices e estatísticas, previsões, riscos e estimativas não são obra de numerólogos, nem invenções cabalísticas. Os algarismos ora se alteram para cima ora se encaminham para baixo; ora alvejam o PIB, ora tratam da inflação; elaboram percentuais para taxas de juros, ranqueiam o mundo à vista de taxas sociais; mas, invariavelmente, há uma mensagem clara sendo transmitida.

A grande arte dos ases por trás deste baralho de naipes multicoloridos é a observação e o planejamento. Há duas formas de observar: a primeira consiste em acompanhar com atenção tudo o que está à volta, definindo o que é mais precioso e as forças em atuação conjunta, notando os sinais que indicam o seu movimento, cercando de alavancas o que precisa ser suspenso ou de tatames o que há de cair. A segunda requer a análise do passado, assistindo uma retrospectiva com foco na figura central dos acontecimentos em estudo, uma espécie de vértice de onde se verá a trajetória do que passou, atingindo e ameaçando a câmera imaginária, ou transcorrendo ao longe, com nenhuma ou pouca importância para o que miramos.

De um jeito ou de outro, observar exige organização e disciplina. Seu aprimoramento depende de um exercício de seleção e do estabelecimento de prioridades. Pode parecer difuso, pois se estaria a monitorar da política ao esporte, da cultura pop ao que a economia põe sob enfoque. Porém, existe uma bússola individual, ajustada aos objetivos que anteriormente cada um terá de reconhecer ou criar, que dirá o que se deve conhecer de superfície ou profundamente, em tudo o que pelos olhos passar. É um sonar que, além de localizar a direção em que seguimos, também representa o quanto fundo ou raso nos encontramos e os fatos em rota de colisão.

Já o planejamento é a teoria da observação aplicada; a prática desenvolvida com os estudos da história — com a inicial minúscula mesmo. Ou ainda a projeção do futuro a partir do passado. Se houver um grau de observação comparável à fanfarronice de uma donzela que prende e solta borboletas, deliciando-se com o frescor da brisa e cantarolando com os pássaros, sem perceber que se diverte nas proximidades de um desfiladeiro, tenham certeza que o planejamento equivalente é como o acionamento do piloto automático de uma aeronave durante a travessia de tempestade furiosa; ou, para os que curtem pagode, um planejamento no estilo “deixa a vida me levar”.

Planejar é uma ação contundente, exercida sobre a própria existência e sobre o que está sob nosso domínio, na articulação de elementos fundamentais e secundários dentro do contexto de uma estratégia meticulosamente traçada, visando ao cumprimento das metas firmadas. A antecipação dos fatos, delineando a atitude necessária o bastante para concretizá-los, nasce com a observação e flui por todos os poros, até que haja a realização do que os indicadores não previam.

Os prognósticos costumam ser realistas e suas curvas ascendentes e descendentes retratam, por números e métodos de relativa confiabilidade, os fatores que dificultarão o desempenho de uma nação, de uma região, de uma empresa ou de qualquer cidadão. Desenha-se uma montanha quando a realidade está em observação; e ela assim o é. Todavia, planejar relaciona-se a conceber planos, o que nos leva a inferir que sua função primordial é, sobretudo, desbastar montes, combater aclives e declives, reduzir esforço, tornar plano; é, enfim, planificar.

Ainda que sejam apontados caminhos sofríveis, íngremes, a vida nos presenteia de minuto em minuto com lições valiosíssimas. Podemos aproveitá-las de imediato, absorvendo-as e tingindo nosso dia de um colorido especial. É a lição-besouro; muda de cor sob a incidência da luz e resiste por 24 horas — ou até que alguém a esmague.

Ainda temos chance de apalpar o corpo ou extrair da consciência a descoberta de que estamos crescidos, melhor alimentados e mais fortes em comparação com o que fomos ou já vivenciamos. Trata-se da lição-retrovisor; um espelho que reflete o que passamos ou vimos passar.

Há também a oportunidade única de eternizarmos cada momento, que, por uma observação sensata, revelará nossos talentos e fraquezas. Ao invés de serem qualidades ou deficiências, são, a rigor, nossas potências, cuja energia devemos sopesar, equalizando baixos e graves, recriando destinos a partir de uma frequência constante — afinal, a beleza está nos suaves contrastes entre a luz e a sombra. Eis a lição-irradiação; os efeitos do aprendizado são contínuos, se propagam em todas as direções e desafiam o tempo, bastando que sejam incorporados ao planejamento.

São infinitas as lições semeadas pelo tempo e incontáveis as interpretações possíveis… O que definitivamente não se admite é ignorá-las. Desprezar os recados da vida é, em si, a sinalização de imaturidade, imprudência, irresponsabilidade e incompetência. Uma brincadeira. E com fogo.

Curiosidades

O Empreendedor Visionário

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