Políticos, Perguntas e suas Respostas

Políticos, Perguntas e suas Respostas

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Tá querendo me enganar

Já falamos sobre o aborto aqui na Cawdiálogos, mas quero voltar a usar esse tema, ainda que indiretamente.

Ponho a política no meio.

Ponho as eleições na jogada.

Ponho as perguntas idiotas que jornalistas idiotas fazem aos candidatos idiotas (perdoem o meu mau humor).

Falo das perguntas feitas de má fé ou por pura ignorância.

Uma delas, por exemplo, é exatamente sobre o aborto.

O jornalista ou o outro candidato, em um debate, pergunta qual é a posição do sabatinado sobre o aborto.

Ponho o exemplo das eleições para Presidente da República.

Alguém formula essa pergunta a um dos candidatos, e esse infeliz, por sua vez, morde a isca e responde.

Geralmente fica em cima do muro para não se comprometer com os religiosos ou com os modernos.

O candidato não percebe que a posição dele sobre o assunto não interessa.

Não percebe que o que ele acha sobre o aborto não vai interferir no dever dele como Presidente da República.

Ele não percebe que, independentemente de ser contra ou a favor do aborto, o Presidente da República é apenas um síndico e deve seguir a orientação dos condôminos, da sociedade, da maioria.

O Presidente da República tem a função de cuidar das áreas comuns do condomínio, de cuidar da infraestrutura, de cuidar de tudo o que interessa ao bem comum, e não definir se o aborto pode ou não pode.

Isso não é e não vai ser papel dele.

Ele não é o dono do País e da vontade da sociedade.

Ele não é o dono da boa moral e dos bons costumes.

O Presidente da República não recebe mandato para decidir o que é “certo” e o que é “errado”.

Vivemos numa democracia.

Temos o Poder Legislativo e temos o Poder Judiciário.

O Presidente não apita nada (sic).

E por que, então, gente escolada formula esse tipo de pergunta?
Por que candidatos sem o vício do populismo não respondem a verdade?

Perguntas como essa têm aos montes.

O mesmo acontece com o tema da liberação das drogas.

Alguém aí acredita nas respostas dos candidatos.

É tudo mentira, né?

Fernando Corbo é advogado do escritório Corbo, Aguiar e Waise Advogados Associados.

17 comentários

  1. Meu grande e querido amigo Fernando, tudo isso é realmente lamentável!
    Tenho uma extensa lista de perguntas para entregar aos jornalistas mediadores dos próximos debates que houver. Veja se você aprova algumas delas, que, certamente, nos ajudarão a conhecer melhor a verdade a respeito dos doutos candidatos à governança do nosso idílico país:
    1. Como se escreve zero em algarismos romanos?
    2. Por que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
    3. Por que os filmes de batalha espacial têm explosões tão barulhentas, se o som não se propaga no vácuo?
    4. Se o Pato Donald não usa calças, por que ele amarra uma toalha na cintura quando sai do banho?
    5. Como é que a gente sabe que a carne de chester é de chester se nunca ninguém viu um chester?
    6. Se os homens são todos iguais, por que as mulheres escolhem tanto?
    7. Por que “separado” se escreve tudo junto e “tudo junto” se escreve separado?
    8. Por que as pessoas apertam o controle remoto com mais força quando a pilha está descarregada?
    9. O instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9 mil e uns quebrados tem a qualidade de seus serviços certificada por quem?
    10. Como é que o Tarzan está sempre barbeado?
    Tenho mais algumas outras tantas questões para os nobres candidatos desse nosso Brasilzão!

  2. DM, suas sensacionais perguntas não têm respostas. Você deve mandá-las para a emissora que for patrocinar o próximo debate. Tenho certeza de que os candidatos vão responder a todas. E será mais ou menos assim:
    1- nossa equipe econômica já está estudando fórmulas para criar o zero em algarismo romano.
    2- vamos assegurar aos Flintstones e a todos da idade da pedra um natal justo e uma cesta básica natalina.
    3- nossa agência espacial já tem projeto para criar mecanismos de som na galáxia.
    4- bolsa cueca será distribuída aos personagens de desenhos animados que necessitem de roupas íntimas.
    5- o chester está na nossa plataforma de governo e receberá subsídios.
    6- vamos desburocratizar o casamento.
    7- vamos criar palavras novas em substituição às que criem esse tipo de pergunta.
    8- o setor de pilhas vai receber todo o apoio do BNDES.
    9- vamos levar à deliberação dos movimentos populares os processos de qualidade da ISO 9000.
    10- Tarzan e toda a população da selva amazônica receberão tratamento gratuito para crescimento de barba.

    “EU PROMETO”.

  3. Artigo sensacional, Fernando. Iniciando com seu desabafo e mau humor com a política brasileira, finalizando com as perguntas do D. Menezes e suas repostas. Rindo Muito.
    Compartilho da sua indignação.
    Ótima sugestão de oferecer para mídia essas perguntas. Seria um belo debate.
    É impressionante como as perguntas e repostas são sempre as mesmas, ano após ano.
    Quando vamos evoluir politicamente?

  4. Prezados candidatos, boa noite!
    Espero que todos estejam à vontade e bem preparados para tratarem dos temas selecionados para o nosso debate, que está sendo acompanhado com profundo interesse pelo eleitorado brasileiro.
    Muito bem, dando continuidade ao nosso último encontro, começaremos a rodada de hoje pelo candidato à Presidência da República Fernando Corbo.
    Boa noite, candidato! Queira nos responder, com toda a sua experiência de advogado bem-sucedido e defensor das liberdades fundamentais, às seguintes perguntas, apresentadas com antecedência pelos nossos telespectadores:
    1. Por que quando a gente liga para um número errado nunca dá ocupado?
    2. Quando o Super-Homem se troca na cabine telefônica, onde ele deixa as roupas?
    3. Se a Mônica é do mesmo tamanho do Cebolinha e do Cascão, por que eles a chamam de baixinha?
    4. Por que deram ao filme o nome de “O Massacre da Serra Elétrica” se a serra em questão é uma moto-serra?
    5. Por que, numa festa ou num bar, as mulheres nunca vão sozinhas ao banheiro?
    6. Por que as mulheres se esforçam tanto para que os maridos mudem seus hábitos e depois de alguns anos reclamam que eles não são mais aqueles homens com quem elas se casaram?
    7. Se casamento é bom, por que precisa ter testemunhas?
    8. Se cárcere e prisão são sinônimos, por que carcereiro e prisioneiro não são?
    9. Se uma pessoa está pelada, ela pode levar um tiro a queima roupa?
    10. Se a vaca come grama e bebe água porque ela dá leite e não chá?
    O seu tempo de resposta já começou, candidato!

  5. 1- Meu querido DM, no meu governo, você não vai ligar para um número errado. Não vai acontecer o que acontece com o governo dos meus adversários. Implantarei em cada linha telefônica um chip virtual que vai saber para que número o cidadão está discando. Vamos dar um basta à inoperância.

    2- Esse é mais um descaso dos governos passados. No meu governo, o Super-Homem vai trocar a roupa em banheiros públicos decentes e não em cabines telefônicas. Aliás, aqui no Brasil não tem cabines telefônicas e sim orelhões. É uma pouca vergonha o Super-Homem passar por esse constrangimento. Vamos acabar com isso.

    3- Não podemos permitir o bullying. Já conversei com o Maurício de Souza. Já o convidei para ser Ministro da Educação e ele já aceitou. A Mônica vai ser um símbolo da nossa luta contra o Bullying.

    4- No meu governo, vamos instalar tomadas nas árvores. Se o nome do filme é Serra Elétrica, a serra tem que ser elétrica. Esse negócio de moto na selva não dá certo. É perigoso. A moto exige o capacete, e aí o custo da produção aumenta. É uma regra básica de economia.

    5- É o problema da violência, meu caro DM. Os tarados estão soltos nos banheiros das festas. Isso tem que acabar. Tarado bom é tarado morto. No meu governo, vou colocar seguranças fortes em cada cabine dos banheiros femininos. Pode ter certeza de que os seguranças não vão desgrudar os olhos enquanto as meninas fazem suas necessidades básicas.

    6- É uma reclamação justa das mulheres. Temos que apoiar a causa feminina. Vamos criar cursos para os homens em todo o País. Vamos dar um basta à infidelidade partidária. Não se pode mudar assim de uma hora pra outra. Vamos ajudar as mulheres a vencerem essa barreira.

    7- No meu governo, isso vai acabar. Muitas das vezes, as testemunhas não têm como se locomover até os cartórios, principalmente a população ribeirinha. O meu governo vai terceirizar o serviço de testemunha. Em cada cartório, em cada igreja, em cada templo, dois servidores públicos federais, de minha confiança pessoal, nomeados por mim, com bons salários, vão estar de plantão, nos celulares, claro, porque seria desumano exigir a presença deles 24 horas por dia.

    8- Boa pergunta, meu caro DM. Carcereiro e prisioneiro têm que ser amigos. Não se pode confundir as coisas. O povo não sabe o que é sinônimo. Tem que explicar. A amizade entre e carcereiro e prisioneiro é uma coisa que o meu governo vai incentivar.

    9- Essa pergunta é capciosa. Mas você não vai me pegar. No meu governo as pessoas não vão andar peladas na rua. Todos terão roupa pra poder tomar seus tiros com tranquilidade, inclusive os índios, que poderão tomar flechadas com dignidade.

    10- Acredito, meu caro DM, que as vacas possam dar chá. A água fervendo é um problema nas tetas delas, mas vamos resolver isso. Tetas térmicas importadas do Caramanchão vão ser acopladas às tetas naturais das vacas. Isso não vai ser um problema pra mau governo.

    Eu queria encerrar, meu amigo e minha amiga, pedindo o seu voto. Vamos construir uma sociedade melhor.

  6. Tem meu voto! Comecei a ler super conectada a este tom de mau humor com toda essa imecilidade desnecessária que temos visto na política, suas perguntas e suas respostas mas, ao final, dei muita risada! Vocês se superam a cada dia!

  7. Tem meu voto! Comecei a ler super conectada a este tom de mau humor com toda essa imecilidade desnecessária que temos visto na política, suas perguntas e suas respostas mas, ao final, dei muita risada! Vocês se superam a cada dia!

    • Andressa, só me resta rir também. Juro que ainda não tinha rido (rido? Que estranho. Nunca tinha escrito essa palavra). Mas, agora, imaginando você rindo, soltei uma gargalhada.

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